No momento em que este artigo foi escrito, 1 Bitcoin (BTC) valia US$47.247, enquanto um Dogecoin (DOGE) valia cerca de US$0,068. Se você é novo em criptomoedas ou no mercado financeiro em geral, pode pensar, por um segundo, que o DOGE está mais barato que o Bitcoin e, caso ganhe força, pode alcançar o BTC, passando dos US$40.000. No entanto, essa forma de pensar não é lógica. Por quê?

 

Capitalização de mercado e oferta de ativos

 

A capitalização de mercado é o valor em dólares (ou em qualquer outra moeda) combinado da oferta circulante de um ativo. Ele varia conforme o valor de um determinado ativo aumenta ou diminui. Sites sobre criptomoedas costumam classificá-las em ordem de capitalização de mercado. O Bitcoin é há muito tempo o favorito nesse quesito, com uma capitalização de mercado que rondava os US$879 bilhões quando este artigo foi escrito.

 

A capitalização de mercado leva em consideração o total circulante de um ativo. Já a oferta circulante é a quantidade desse ativo que está em movimento no mercado. Pela multiplicação da oferta circulante pelo preço do ativo, nós obtemos o seu valor de mercado.

 

Ativos com uma oferta circulante maior costumam ser negociados a preços mais baixos quando pensamos em termos de valor em dólares. Atualmente, o BTC tem um suprimento circulante comparativamente baixo (cerca de 18,6 milhões). Embora esse número aumente lentamente devido à mineração, a oferta máxima ainda é relativamente baixa, com 21 milhões de moedas. Enquanto isso, o Dogecoin tem um estoque circulante em torno de 128,3 bilhões.

 

Alguns exemplos: DOGE, BTC e YFY

 

Considerando a oferta circulante do DOGE, sua capitalização de mercado atingiria os US$800 bilhões se cada moeda estivesse avaliada em cerca de US$6,23. Já o Bitcoin vale mais de US$40.000 por moeda com uma capitalização de mercado semelhante, devido à oferta baixa em circulação.

 

Para que o DOGE atingisse um preço de US$1.500, seria necessário que o ativo tivesse uma capitalização de mercado de aproximadamente US$192,4 trilhões. No momento em que este artigo foi escrito, o mercado de criptomoedas tinha, com sua soma total, uma capitalização de mercado de cerca de US$1,46 trilhão.

 

Geralmente, os ativos com baixa oferta circulante podem ter um preço mais alto por moeda do que ativos com oferta grande. O YFI, por exemplo, tem um estoque circulante muito pequeno, de apenas 36.635. Ele passou de aproximadamente US$900, em julho de 2020, para cerca de US$40.000 em setembro de 2020. Uma infinidade de outros fatores influenciam os aumentos de preços, mas, normalmente, se um ativo tem uma oferta circulante maior, seu preço por moeda não pode ser comparado diretamente com o preço de moedas com uma oferta menor.

 

Oferta programada de criptos

 

As criptomoedas também costumam ter uma oferta máxima programada em seu código, no momento do lançamento. A oferta disponível de cada ativo cresce de modo contínuo devido a diferentes formas de validação de sua rede de blockchain (principalmente, pela mineração) até atingir sua oferta máxima.

 

Os preços podem ser diluídos à medida que moedas ou tokens se aproximam da oferta circulante relacionada. Afinal, os validadores tendem a vender suas recompensas por apoiar a rede para pagar pelo custo de negociação.

 

E qual é a diferença entre a oferta total e a oferta máxima? Simples. A oferta total refere-se à quantidade de moeda que existe atualmente e está em circulação ou bloqueada de alguma forma. Ou seja, é a soma das moedas que já foram mineradas (ou emitidas) menos o total de moedas destruídas.

 

Enquanto isso, a oferta máxima é toda a oferta de um ativo ao longo do tempo. Ou, mais especificamente, a quantidade total de moedas que já foram ou podem vir a ser criadas. Isso significa que, uma vez que a oferta máxima seja alcançada, não haverá como produzir mais moedas.